Quando eu era criança tinha um brinquedo que me desligava do mundo, aquele de soprar bolhas que a gente compra nas lojas de R$1,99. E agora, depois de "crescida" um amigo me contou que usava o brinquedo pra canalizar preocupações. Cada bolha era um problema que ele deixava voar e estourar. Ele conseguiu transformar a brincadeira em terapia.
Porque adultos não conseguem ver beleza nessas coisas? Por muito tempo eu me questionei sobre essa mania deles de não conseguir entender meus hábitos de, por exemplo, simplesmente observar o céu e relaxar.
Mas hoje eu entendi que junto com as espinhas vem a realidade de que o mundo não é bom. Chegam as cobranças, as contas, os sonhos que parecem cada vez mais distantes das nossas mãos.
O mundo te educa pra vencer na vida mesmo que isso custe a sua felicidade. A sociedade te impõe metas: cresça, estude, conquiste, trabalhe, enriqueça, case, se multiplique e morra. E o sonho mais alto de um ser humano geralmente se resume em uma casa, um carro ou qualquer outro bem que tente suprir o vazio daquilo que é imaterial.
Acorde, trabalhe, não pare, mais rápido, corra, trabalhe. Quinto dia útil? Salário? Já foi.
Uma multidão de robôs incapazes de enxergar que o céu ta todo alaranjado ou que é primavera.
Entrar nessa pilha pode ser fatal.
Mas pra pessoas como eu, que têm sonhos fora dos padrões, a realidade pode ser o maior obstáculo. A necessidade de crescer e ser alguém na vida atrasa e complica o que era pra ser simples. E acumulando derrotas a vontade de continuar é cada vez menor.
Pequenas coisas, aquelas simples (e grátis) funcionam com um trampolim pra baixinha aqui pular esse muro alto que a sociedade construiu. Aquela música que me mostra que eu não luto sozinha contra esses padrões, o sorriso verdadeiro das crianças, a brisa, os amigos, meus bichos, minha família, essa vontade incontrolável de escrever.
Cresça, viva a vida, mesmo que o mundo não seja bom. Saiba perder, mesmo que bata aquele desespero. Chore as derrotas. Trabalhe e nunca perca a fé. Mas jamais, sob nenhuma hipótese deixe que as preocupações mate sua criança interior. Quando as coisas apertarem lembra de mim, corre naquela lojinha de R$1,99 e compra o brinquedo das bolhas. Sopre pra longe o que te enche a cabeça e seja feliz, independe de todo o resto. Foco na missão.
Cláudia
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
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